Outubro Rosa: mulher descobre câncer de mama após sentir dor ao se espreguiçar
17/10/2024
(Foto: Reprodução) Médico explica que alguns tumores podem surgir entre um exame de rastreamento e outro. Campanha Outubro Rosa tem como objetivo conscientizar sobre segundo tipo de câncer mais comum no Brasil. Michelle Fonseca, de 43 anos, descobriu câncer após sentir dor na mama ao se espreguiçar
Arquivo pessoal
Há dois anos, em março de 2022, Michelle Fonseca fez exames preventivos de câncer de mama, que não apontaram qualquer problema. Pouco tempo depois, ao acordar, ela sentiu uma "fisgada" no peito enquanto se espreguiçava.
"Quando coloquei a mão senti um nódulo, um caroço duro na mama esquerda", diz Michelle.
Mais tarde naquele mesmo ano, em agosto, veio a confirmação do tumor e o diagnóstico. "O médico conversou comigo e disse que era um tipo de câncer muito agressivo. Eu tive uma crise de choro dentro do consultório", conta a moradora de Brasília, de 43 anos.
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O câncer de mama é o segundo tipo mais comum no Brasil, atrás somente do câncer de pele, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O oncologista Fernando Vidigal de Pádua explica que, mesmo não sendo maioria, alguns tumores podem crescer no intervalo entre um exame de rastreamento e outro, especialmente em pacientes mais jovens.
"Em geral, recomenda-se a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade quando não há um risco aumentado em relação à doença. Há ainda o alerta especial para pacientes que têm casos de câncer de mama na família, que devem buscar orientação e acompanhamento com médico mastologista", diz o oncologista.
O mês de outubro – e a campanha Outubro Rosa, criada no início da década de 1990 – têm como objetivo compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, para reduzir a incidência e a mortalidade pela doença (saiba mais abaixo).
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), um em cada três casos de câncer pode ser curado se for descoberto logo no início.
O câncer de mama
Duas a cada três mulheres com câncer de mama percebem sintomas por conta própria
Depois de descobrir o câncer, Michelle iniciou o tratamento no Hospital Brasília, em Águas Claras, com o oncologista Fernando Vidigal. A primeira quimioterapia foi em outubro de 2022, justamente no Outubro Rosa.
"O tratamento é muito duro. Mas eu entendo a necessidade de passar por todo o ciclo com o máximo de resiliência possível. Se eu preciso passar, que eu passe da melhor forma possível. Então, eu coloquei na cabeça que era um desafio que eu ia passar", conta Michelle.
Segundo o Inca, os principais sintomas e sinais do câncer de mama são:
⚠️ caroço (nódulo) endurecido, fixo e geralmente indolor. É a principal manifestação da doença, estando presente em mais de 90% dos casos
⚠️ alterações no bico do peito (mamilo)
⚠️ pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço
⚠️ saída espontânea de líquido de um dos mamilos
⚠️ pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
Ainda segundo o instituto, qualquer caroço na mama em mulheres com mais de 50 anos deve ser investigado. Em mulheres mais jovens, caroços devem ser investigados se persistirem por mais de um ciclo menstrual.
Ressignificar
Michelle Fonseca conta que pediu para sua filha raspar seu cabelo em "brincadeira de cabeleireiro" durante quimioterapia
Arquivo pessoal
Michelle Fonseca conta que uma das partes mais difíceis do tratamento foi ver as mudanças no seu corpo. Além de emagrecer, ela relata ter sentido muita ansiedade ao ver o cabelo cair. Por isso ela pediu para sua filha pequena "brincar de cabeleireiro" e raspar sua cabeça.
📌 O objetivo foi ressignificar o momento, que apesar de doloroso, era parte do processo de tratamento.
Em 2023, Michelle fez uma cirurgia para retirada do tumor. Atualmente, ela segue em tratamento com medicação, e e diz se sentir uma pessoa totalmente diferente de quando tudo começou. "O que mais mudou em mim foi ressignificar as coisas. Ver o que há de mais valoroso na vida", diz.
"Hoje eu evito me estressar com coisas pequenas, vejo que têm coisas que não valem a pena. Na época da quimio, eu olhava para as coisas e pensava: Se eu for, o que eu vou levar daqui? Nada. [...] Nada, nem ninguém, merece mais a minha ansiedade. A ansiedade é um processo inflamatório, e já basta de inflamação no meu corpo", afirma Michelle.
Prevenção
Mulheres travam luta para prevenir e diagnosticar câncer de mama
O oncologista Fernando Vidigal explica que, para prevenir o surgimento de um câncer, é preciso ter alimentação e peso adequados, além de praticar atividades física. Ele também alerta para a importância do diagnóstico precoce.
"Nos estágios iniciais, há menos probabilidade de metástase (disseminação para outros órgãos), o que significa que tratamentos agressivos como quimioterapia ou mastectomia total podem não ser necessários. Além disso, as chances de cura ou controle da doença são significativamente maiores, e os pacientes podem se beneficiar de uma melhor qualidade de vida", diz o médico.
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